Frente ao imenso ruído provocado pelo lançamento do livro Battle Hymn of a Tiger Mother, de Amy Chua, uma professora sino-americana, cabe-nos, pelo menos refletir sobre o assunto abordado por ela.
Na Revista Veja, edição 2203, na coluna de Claudio de Moura Castro, lemos, em relação às mães chinesas: “Se os filhos não se saem bem, é vergonha para os pais. Para evitarem a desonra, gastam dez vezes mais tempo ajudando os filhos nos deveres – em comparação com as mães ocidentais”.
Para elas, o insucesso escolar dos filhos é motivo de vergonha. Ao invés de culpar a este ou aquele professor, dedicam-se incansavelmente para ajudar os filhos nas tarefas escolares. Como um filme, me vem à mente algumas passagens vividas, nos meus 36 anos dedicados a educação no nosso amado país, em que a responsabilidade do insucesso do aluno é atribuída somente aos professores.
Castro: De camarote, assistimos às dúvidas da família americana. Como enfrentará o Sputnik chinês? De um lado, o modelo psicanalítico dos traumas. De outro, os sucessos da linha dura, estilo chinês. Mas e nós, ainda mais condescendentes com nossos delicados pimpolhos? “Ter peninha da pobre criança que não tem vontade de estudar é trocar o conforto emocional de hoje pelo futuro do filho”.
Nem tanto ao mar, nem tanto ao peixe. Eis um ditado popular que expressa a necessidade do equilíbrio nas nossas ações, como pais e educadores que somos. Ancorados na certeza de que “vitória é sinônimo de felicidade e derrota, infelicidade”, precisamos mudar o paradigma que permeia a educação ocidental de que estudar deve ser sempre uma ação divertida e leve. É no suar a camisa e vencer que se aprende a ter confiança em si mesmo.
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